quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Contributo de Eliana Tavares (subscritora do manifesto Vamos!)

A escola deve ser um local altamente democrático e justo, onde nenhum aluno deve ser excluído por questões económicas. A educação, como a saúde, está aberta ao mercado, como se se tratasse de um negócio, onde o lucro é o principal objectivo. Sendo que no nosso país se praticam as propinas mais caras da Europa, muitos estudantes são empurrados para os empréstimos bancários como se fosse a situação mais viável. No entanto, isto faz com que iniciem a sua vida profissional já endividados e sejam atirados para o trabalho precário, mais facilmente.

Como se pode permanecer no Ensino Superior quando as bolsas de estudo são inexistentes ou insuficientes e a sua atribuição é tardia? A maioria das bolsas atribuídas apenas corresponde ao valor da propina, sem cobrir os custos com a habitação, transportes, alimentação ou matérial escolar. A maioria das instituições estão em “contenção de despesas” (como se os estudantes não estivessem, igualmente) e poupam na compra de material básico e na prática de turmas com um número excessivo de alunos. Com a diminuição da qualidade de ensino, como podemos obter sucesso e motivação escolar?

Como dirigente associativa e como estudante do Ensino Superior, estou preocupada com toda esta situação e, principalmente, com o facto de os novos critérios técnicos de atribuição de bolsas ainda não terem sido divulgados, apesar de já ter começado o novo ano lectivo há algum tempo. Por essa mesma razão, subscrevo inteiramente o manifesto “Vamos!” porque juntos fazemos a força que induz a mudança.
Eliana Tavares - Membro da Associação de Estudantes do ICBAS 

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