segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Não nos calaremos!

Apresentamos um novo texto que está a recolher vários apoios de activistas sociais que se juntam à luta da iniciativa Vamos! Apoiamos a Greve Geral contra a desigualdade e a pobreza e em breve será divulgada a nova lista de activistas que junta a este apelo concreto de mobilização.





Basta de Injustiças! Chega de desigualdades!

Os e as activistas que dinamizaram as iniciativas Vamos! reafirmam a urgência de que o debate dos nossos problemas, das soluções para eles, o debate  político portanto extravase para além dos gabinetes e das salas fechadas em sedes partidárias ou mesmo da Assembleia da República. 

Acreditamos que a democracia é mais forte com a participação e intervenção cidadã, aquela que por natureza está ou passa na rua, aquela que é dita ou protestada em qualquer lugar, a qualquer momento, sobre todos os assuntos.

Por isso foi a rua que quisemos transformar em palco, o local onde cada interveniente, cada activista, cada anónimo ou anónima, pudesse ser parte da construção de um espaço onde o debate e o protesto social se fizessem ouvir.  E assim foi, durante 4 semanas, no Largo de S.Domingos em Lisboa, cada ideia de luta foi usada contra a falsa inevitabilidade da crise que nos impõem.

Por lá afirmámos, nos 4 momentos atravessados por centenas de pessoas, que a construção da resposta à gigantesca transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos se começará por fazer dentro de cada país, contra uma Europa submissa e agachada defronte dos mercados especuladores. É importante A luta feita pelas ideias e a intervenção na rua, e pela defesa e proposição de Portugal e de uma Europa num mundo que cresça com justiça social e prioridade aos mais pobres. Que defenda o emprego digno, os serviços públicos e os apoios essenciais para garantir o respeito por cada pessoa.

Durante o percurso caminhado em conjunto juntaram-se muitos e muitas activistas. Também durante o percurso Vamos!,  o contexto social foi abalado por mais propostas de violência social contra os mais pobres e contra quem trabalha. Novamente, menos direitos, menos serviços públicos, essenciais para quem trabalha ou trabalhou. Milhões de pessoas foram chamadas a prestar contas num momento em que a irresponsabilidade da alta finança nos impôs um quadro negro. Os mercados especuladores, fundadores da crise, lucraram ainda mais, com os governos a servir de gestores da crise.

Perante a violência de novos pacotes de austeridade que varrem a Europa e Portugal, pelo avanço da injustiça social, e comprometidos com as palavras do manifesto que lançámos, os e as activistas do Vamos! juntam-se no apelo que poderá colocar um travão na violência e saque social em curso. Achamos que é urgente e necessário juntar vozes pela justiça, contra a pobreza, pela solidariedade. É urgente ir à luta. Por isso, apelamos à participação de todos e todas as cidadãs, de todos os trabalhadores, na construção e participação da greve geral de 24 de Novembro. Essa é a próxima luta, é também a nossa luta.

Pela construção de um movimento amplo, de todos, para todos, em defesa dos direitos que pretendemos para hoje e para o futuro. 

Em nome da solidariedade... vamos à luta!
Vamos!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ontem realizou-se a 4a e última iniciativa Vamos!

No largo de S.Domingo (ao Rossio), realizou-se ontem mais uma iniciativa Vamos! Com intervenções partindo do tema Globalizar com direitos, garantir a paz e a solidariedade, foram variadas as interpretações. Vítor, da Associação de Cubanos Residentes em Portugal, juntou-se à tertúlia-protesto, intervindo sobre a necessidade de solidariedade internacional, entre todos os povos do mundo, desde Cuba a Portugal, Irão ou Afeganistão, sempre a favor da liberdade e contra a pobreza. Como contraponto, foi identificado o papel da NATO como organização mundial militar.

A NATO foi de resto nomeada em várias intervenções. Também Ricardo Robles, da PAGAN - Plataforma Anti-Guerra-Anti-NATO, realizou uma intervenção onde relacionou gastos militares, intervenção militar da NATO e o desiquilíbrio de orçamento e de justiça que representa, hoje, em Portugal, aumentar os financiamento do Ministério da Defesa em 15% ao mesmo tempo em que se exige às pessoas que trabalham sacrifícios enormes, apenas para que alguns poderosos possam continuar a acumular.

A luta pela auto-determinação do povo Saraui e da Palestina também estiveram em foco. Eduardo Pinto Pereira falou contra as posições esmagadoras e castradoras do governo de Espanha, de Marrocos e de Israel, tantas vezes, desrespeitando decisões da ONU ou do Tribunal de Haia.

Outras intervenções, de subscritores e ou companheiros que por lá passaram, falaram de solidariedade entre trabalhadores, liberdade e necessidade de uma globalização alternativa a globalização predadora. No último dia das 4 iniciativas Vamos!, ficou, em todos e todas as activistas que se juntaram para concretizar este espaço, a certeza de que é o espaço da rua aquele que deve e merece ser ocupado contra a crise. 

A rua, ocupada pelas ideias e pelas pessoas, contra o consenso que nos impõe uma dívida originada pela ganância.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Globalizar, garantir a paz e a solidariedade

Amanhã será concretizada a última iniciativa Vamos! Estaremos na rua para que as intervenções sobre solidariedade, paz e por uma globalização alternativa e de direitos tenham espaço no local público, espaço aberto a todos.


:: 5a feira :: 14 de Outubro ::
:: 17h30 ::
:: Largo de S. Domingos (ginginha) no Rossio ::

Contributo de Eliana Tavares (subscritora do manifesto Vamos!)

A escola deve ser um local altamente democrático e justo, onde nenhum aluno deve ser excluído por questões económicas. A educação, como a saúde, está aberta ao mercado, como se se tratasse de um negócio, onde o lucro é o principal objectivo. Sendo que no nosso país se praticam as propinas mais caras da Europa, muitos estudantes são empurrados para os empréstimos bancários como se fosse a situação mais viável. No entanto, isto faz com que iniciem a sua vida profissional já endividados e sejam atirados para o trabalho precário, mais facilmente.

Como se pode permanecer no Ensino Superior quando as bolsas de estudo são inexistentes ou insuficientes e a sua atribuição é tardia? A maioria das bolsas atribuídas apenas corresponde ao valor da propina, sem cobrir os custos com a habitação, transportes, alimentação ou matérial escolar. A maioria das instituições estão em “contenção de despesas” (como se os estudantes não estivessem, igualmente) e poupam na compra de material básico e na prática de turmas com um número excessivo de alunos. Com a diminuição da qualidade de ensino, como podemos obter sucesso e motivação escolar?

Como dirigente associativa e como estudante do Ensino Superior, estou preocupada com toda esta situação e, principalmente, com o facto de os novos critérios técnicos de atribuição de bolsas ainda não terem sido divulgados, apesar de já ter começado o novo ano lectivo há algum tempo. Por essa mesma razão, subscrevo inteiramente o manifesto “Vamos!” porque juntos fazemos a força que induz a mudança.
Eliana Tavares - Membro da Associação de Estudantes do ICBAS 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Vamos! :: Iniciativa adiada uma semana devido à chuva

Porque precisamos de espaço e de pessoas, de intervenção e mobilização, faremos o próximo Vamos! na quinta-feira dia 14, à hora do costume, 17h30.

Fica adiada portanto, devido ao tempo de chuva, a iniciativa de amanhã.

O espaço da rua para o qual se anuncia chuva esta semana, estará em princípio mais seco. Lá estaremos, a falar e protestar sobre a necessidade de Justiça global, Paz, Solidariedade, Movimentos de Pessoas.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Chullage :: Rapper e Activista Social junta-se aos subscritores do manifesto Vamos!


Chullage, rapper e activista social junta-se ao grupo dos subscritores do manifesto Vamos! Assim, torna-se mais amplo e mais forte o grupo que afirma que é a rua o espaço de debate e intervenção política contra a crise. Porque são sempre os mais pobres e quem trabalha que paga a maior factura, juntamo-nos para afirmar que esta transferência de riqueza baseada numa crise financeira e económica mundial não poderá ficar sem uma resposta unitária e de rua. Apresentamos a lista actualizada de subscritores:

Ulisses Garrido - Membro da Comissão Executiva da CGTP
António Avelãs - Presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL)
José Rodrigues - Activista pelos direitos laborais da área Católica
Timóteo Macedo - Dirigente da associação Solidariedade Imigrante (SOLIM)
Mamadou Ba - Dirigente do SOS Racismo
Cristina Andrade - Membro do FERVE (Fartas/os d'Estes Recibos Verdes)
António Serzedelo - Dirigente da Associação Opus Gay
Eduardo Pinto Pereira - Activista Social
Tiago Gillot - Membro dos Precários Inflexíveis (PI)
Viriato Jordão – Presidente de Associação de Pais, ex-Sindicalista e Reformado
Francisco Alves - Dirigente da Fiequimetal / CGTP
Carla Bolito - Actriz e membro da Plataforma dos Intermitentes do Espectáculo e Audiovisual
João Pacheco - Jornalista e Membro dos Precários Inflexíveis
Silva Alves - Membro da Associação Abril
Ada Pereira da Silva – Membro da Plateia
António Capelo – Actor
Bruno Maia – Membro da Ex-Comissão de Trabalhadores da Qimonda
Cândida Viana Ribeiro - Chefe de equipa do Instituto de Segurança Social
Eliana Tavares - Membro da Associação de Estudantes do ICBAS
Francisco José – Membro da Comissão de Trabalhadores da UNICER
Henrique Borges – Dirigente do Sindicato dos Professores do Norte
Irina Castro – Activista Anti-Guerra, Anti-NATO
José António Moreno - Presidente da direcção do Porto do Sindicato dos Trabalhadores de Impostos
João Paulo Silva – Dirigente do Sindicato dos Professores do Norte
Jorge Magalhães - Dirigente do CESP e da FEPCES - Federacão Portuguesa dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Servicos de Portugal
Luís Monteiro - Presidente da Associação de Estudantes da Escola Artística Soares dos Reis
Mário Moutinho – Actor
Miguel Vital – Técnico Administracão Tributária, Ex-Coordenador do Sindicato da Função pública do Norte
Nuno Carneiro – Investigador, Psicólogo, Activista LGBT
Paulo Ricardo – Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores das Industrias de Celulose, Papel, Gráfica e Imprensa
Ricardo Salabert – Membro do Movimento FERVE
Helena Dias - Membro do Movimento Escola Pública
Diana Póvoas - Médica
Carmen Santos - Actriz e membro da Direcção do Sindicato dos Trabalhadores do Espectáculo
Romana Sousa - Ama da Segurança Social e membro da Associação das Profissionais do Regime de Amas
Mara Carvalho - Médica de Família
Sérgio Vitorino - Activista LGBT e membro das Panteras Rosa
Boaventura Sousa Santos - Sociólogo
Chullage - Rapper e activista social

domingo, 3 de outubro de 2010

Contributo de António Eduardo Pinto Pereira :: Todos os dias o Poder escreve em nós o discurso da impotência.

A crise? Entrou-nos porta adentro quando nada o fazia prever. Se não fosse isso continuariamos, provavelmente, no melhor dos mundos.

As medidas são impopulares? São, mas não tínhamos alternativa. Se as não tomássemos estaríamos, em breve, em muito pior situação. Pior que a Grécia!

Devemos estar preocupados? Com a selecção nacional de futebol, talvez. Com a situação do país, não. O Governo tem tudo sob controlo. Aliás, começam a ser evidentes os sinais de recuperação. A taxa de desemprego, por exemplo, baixou 0,1% em Agosto, «a segunda descida mensal consecutiva». E «as vendas de automóveis subiram 37,4% até Setembro».
Ah, bom! Então se é assim podemos ir para casa descansados …

Mas não é assim. As dificuldades que hoje atravessamos, expressão de um modelo que dá mostras de esgotamento, ainda vão continuar a exigir de nós um longo e doloroso tributo. E as medidas que têm vindo a ser anunciadas não nos oferecem credibilidade.

O denunciar já não chega. O esforço de analisar e compreender é insuficiente. É urgente a procura de um outro modo de produzir e de viver. Numa sociedade mais justa, mais democrática, mais equitativa, cuja materialidade já se encontra hoje inscrita nos esforços pontuais, localizados, que muitos de nós desenvolvem. Que não nos será oferecida. Será o produto da nossa capacidade de reagir e de interagir. Será o resultado da nossa luta.

Vamos à luta?